domingo, 28 de fevereiro de 2010

Um olhar libertário sobre a Greve Geral na Grécia‏

Dezenas de milhares de pessoas tomaram e ocuparam as ruas centrais de Atenas nesta quarta-feira (24), confirmando mais uma vez a indignação e fúria social de grande parte da população grega.

Desde a Avenida Alexandras à Escola Politécnica ocupada, toda a rua Patision até à Praça de Omonia (onde estavam as Corporações que pertencem ao PAME/KKE), e depois nas ruas os blocos formaram uma manifestação muito longa e densa. Entre quarenta e cinqüenta mil manifestantes.

Na verdade não foi somente a solidez da manifestação - pequena se tivermos em conta a gravidade da situação, nem a resistência "necessária" perante as mudanças que estão por vir.

O mais importante foi a raiva generalizada dos que inundaram as ruas de Atenas, e que não permitiu que a manifestação fosse um passeata pacífica e simbólica pelo centro de Atenas.

A indignação poderia sentir-se em todos os lados, nas paredes ("pobres, a recolher armas", "que fale a violência", "a paciência acabou-se") até às expropriações de mercadorias da Zara, Breshka, cadeias de livrarias, oferecendo promoções de 100% a todos os manifestantes, sendo os imigrantes os primeiros a mostrarem um grande interesse no Proletarian Shopping Therapy que se oferecia.

Inesquecível será a imagem dos cinco encapuzados que entraram na loja de roupa Breshka, e que ao sair atiraram para o asfalto mais de 30 jeans.

Indignação social, que quando a manifestação ia se aproximando da Praça de Sintagma, se converteu em ataques contínuos, corpo contra corpo, contra os antidistúrbios. Era uma manifestação tão grande, que ninguém sabia do que ocorria a duzentos, trezentos metros de distância.

Apesar disso, e a seguir quando a manifestação subia pela avenida Stadiu aconteceram os primeiros ataques contra lojas de luxo, bancos, câmeras de vigilância. Duas manifestações "paralelas" estavam em pleno processo. Uma pela avenida e "outra" pelas ruas transversais.

Unidades da polícia antidistúrbios tentaram várias vezes penetrar no corpo da manifestação para separar os blocos -sobretudo o anarquista, que era bastante grande- mas recebia o ataque bem organizado e solidário por parte de operários-membros de Empresas Obreiras e Sindicatos de Base.

No Hotel Gran Bretania pelotões de antidistúrbios foram recebidos com pedras e coquetel molotov que eram atirados por jovens com idade entre dezesseis e sessenta e seis anos (a idade produtiva). Em vários ataques a policia sentiu-se perdida e sem saber como reagir.

Foi algo muito positivo ver a reação dos blocos que não se dispersavam por causa do lançamento de gases lacrimogêneos (uso muito pequeno de gases lacrimogêneos, na verdade), nem recuavam no ataque corpo a corpo contra a polícia. A raiva e revolta eram, e são, tantas que se viu gente de várias Corporações Obreiras, Grupos da Esquerda e Anarquistas organizar e atacar juntamente contra as forças repressivas do Estado. Inclusive as pessoas que não participavam nem nos ataques contra a polícia nem nas destruições dos bancos, apoiavam todos esses atos aplaudindo as expropriações e gritando slogans contra a polícia. Havia um "silêncio de cumplicidade" e apoio maravilhoso, que depois de Dezembro se vê cada vez mais evidente.

Os ataques aconteceram durante todo o percurso, até chegar à manifestação na Praça Omonia, onde outro grupo se dirigiu à Escola Politécnica, e aos poucos se dispersando.

Foi muito agradável ver a surra que receberam os secretas na Avenida Ermú. Imagens inesquecíveis.

Outras manifestações realizaram-se em Jania (500 pessoas), Iraklito (1.400 pessoas), Tessalônica (umas 5.000 pessoas), Patras (1.500 pessoas), em Veria, onde pela primeira vez apareceu um bloco anarquista, em Volos (onde mais de 500 pessoas participaram na manifestação solidária contra as demissões dos sindicalistas da fábrica METKA) e em outras cidades mais.

Na tarde do mesmo dia (24), a contra-concentração de antifascistas na Praça Amerikis não pode se realizar, já que pelotões de antidistúrbios que tinham ocupado a praça cortaram todos os acessos. As pessoas concentraram-se no Parque Auto-organizado de Kipru e Patison, e mais tarde mais de 700 pessoas realizaram uma manifestação contra o racismo e o fascismo no bairro de Kipseli, onde aconteceram ataques contra vários bancos e destruição de muitos caixas eletrônicos 24 horas.

Tradução > Liberdade à Solta

agência de notícias anarquistas-ana

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Grécia - Tensão no polítécnico de Atenas e em Lasrissa

No sábado passado (dia 20), por volta das 3 da manhã a polícia grega entrou no Politécnico de Atenas no suburbio de Zografou. A polícia não pode entrar nos campus universitários a menos que tenha sido chamada pelas autoridades dos mesmos. Neste caso foi o que aconteceu, o reitor pediu a intervenção da polícia depois de ter sido informado que uma grande destruição de propriedade do Politécnico estava a acontecer.

Os seguranças que deram acesso à polícia dizem que tinham visto apenas algumas portas danificadas. Estavam a decorrer duas festas de estudantes.

O resultado da intervenção foram 30 detenções...

Em resposta a reitoria está sob okupação desde a hora de almoço de hoje (dia 22).

Entretanto, na cidade de Larissa tinha sido convocada uma manifestação fascista nos mesmos moldes que a anterior em Atenas. Um grupo de antifascistas perseguiu e espancou os fascistas que ali chegavam. Quando chegou a polícia de intervenção refugiaram-se na Escola de Medicina onde ficaram cercados.

Quatro deles foram detidos sendo que agora apenas duas raparigas ainda não estão em liberdade visto terem sido identificadas por um dos nazis.

Também em Atenas foi convocada uma manifestação antifascista para dia 24 na Praça Amerikis, que é uma zona onde os grupos fascistas têm tido alguma actividade.

Fonte: Occupied London

Retirado de: Contra o Capital

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